a escolha da imagem não é inocente
Quando a coordenação politica do governo está nas mãos de um ministro, nascido em 1961, que não sabe a letra e musica da "Grândola Vila Morena", do Zeca Afonso, ajuda a explicar muito do que se está a passar em Portugal. Essa ignorância explica ainda a incapacidade da personagem em tirar um curso superior sem equivalências absurdas: tem dificuldade em assimilar o que ouve.
Quem nos anos 70 ouviu milhares de vezes (como ele é 'retornado' da ex-colónias são só milhares, se cá tivesse estado em Abril de 1974 seriam milhões de vezes) a canção que foi senha do 25 de Abril, tem de saber, de cor e salteado, não só essa canção como ainda a da a puta da gaivota que voava voava ou até a 'Internacional' e o 'Avante Camarada'. E nem vale a pena aquela desculpa do "Ah eu não sou comunista por isso não sei essas canções"... o meu filho não sabe coreano e sabe a letra e musica do GangnamStyle, de tanta vez que a ouviu.
Mas indo à parte politica que é o que importa aqui: Pela fragilidade do Relvas a politica deste governo é inversamente proporcional à do anterior em termos de comunicação mas é coincidente em termos de resultados: catastróficos
No tempo do Sócrates havia constantemente anúncios a coisas excelentes que não se concretizavam o que criava a sensação de que estávamos no bom caminho apesar de caminharmos para o abismo.
Com a coordenação 'relvada' o país assiste todos os dias a anúncios de medidas difíceis, de cortes aqui e ali, sem que nada se concretize o que cria a sensação de que estamos a tomar medidas para inverter o rumo quando afinal caminhamos para o mesmo abismo.
A questão que se coloca é a seguinte:
Valeu a pena sacrificar o Vitor Gaspar para salvar a pele do Relvas? O tal que nem a letra de "Grandola Vila Morena" sabe?